Trends-AU

Benfica não precisou de brilhar para seguir na Taça da Liga

Até ver, tudo corre como planeado na Taça da Liga. A organização emparelhou os quartos-de-final da prova em favor dos quatro principais clubes – até no factor casa – e todos estão a cumprir. Primeiro, o Sporting. Depois, o Sporting de Braga. Agora o Benfica, com um triunfo (3-0) nesta quarta-feira frente ao Tondela que vale a presença na final a quatro.

José Mourinho não encarou esta prova como Rui Borges, que apresentou um “onze” com poucos habituais titulares, preferindo fazer o oposto: lançou apenas um par de habituais suplentes: Barreiro e Ivanovic.

Já o Tondela, que não quis apresentar um bloco baixo, levou a este jogo uma ideia curiosa. O 4x3x3 era um mero ponto de partida, já que no momento defensivo não havia ala-esquerdo.

A tarefa defensiva de Afonso Rodrigues era tão rígida que no mapa de posicionamento médio da equipa o número 19 aparecia praticamente como central do lado esquerdo – o que mostrava que a equipa não estava a defender baixo e mostrava, sobretudo, o quão baixo estava a actuar o ala, com foco permanente na ajuda ao seu lateral.

Porquê? Porque era o lado onde actuava Lukebakio. O extremo belga tem sido o grande desequilibrador do Benfica e a falta de ideias da equipa tem levado a que o jogo passe muito pelo um contra um de Lukebakio – e a capacidade de ir para fora ou para dentro terá seduzido Ivo Vieira a mover o seu ala para permanente dois contra um no jogador benfiquista.

Mas isso nem sempre foi eficaz. Aos 18’, com o Tondela balanceado para o ataque, uma transição ligada por Ivanovic em apoio frontal acabou com oportunidade de golo para Lukebakio.

Com o belga tão marcado, a solução poderia estar em mover algum jogador pela zona interior e o Benfica começou a identificá-lo. Primeiro, aos 23’, com Sudakov entre linhas a soltar Aursnes na profundidade entre o lateral e o central.

Aos 30’, foi Ivanovic a explorar esse espaço numa diagonal, com o lance novamente salvo pelo guarda-redes Cañizares. Aos 32’, Lukebakio atraiu os marcadores para dentro e deixou o corredor a Aursnes, que criou perigo com a bola longa de Otamendi.

O Benfica tentava variar o lado dos ataques, mas era quase sempre pela direita que algo relevante se passava – a presença de Afonso Rodrigues dava número, mas não dava necessariamente superioridade.

Aos 40’, um penálti por mão na bola, indicado pelo VAR, deu a Otamendi a rara oportunidade de disparar dos 11 metros – marcou no jogo 250 pelo Benfica.

O Benfica tinha domínio territorial quase total e ia criando alguns lances pelo lado direito, mas não estava a ser, em geral, um jogo fulgurante dos “encarnados”.

Pouco depois do intervalo, o Benfica quis activar uma pressão alta com quatro jogadores contra a saída a quatro do Tondela e forçou um erro técnico. Barreiro encaminhou a jogada e foi Sudakov a finalizá-la de pé esquerdo, com um bom remate dentro da área. Foi bom, mas havia fora-de-jogo.

Se a primeira parte já não tinha sido fabulosa, a segunda foi praticamente inócua. O Benfica deu-se ao conforto da vantagem – mesmo que mínima –, porventura contando que chegaria ao 2-0 facilmente assim que o Tondela se prestasse a fazer algo pelo jogo.

E havia bons motivos para isso: a equipa de Ivo Vieira pouco tinha atacado e mesmo assim o Benfica encontrou alguns espaços. Caso atacasse então seria fácil abrirem-se vias de ataque. Mas isso não aconteceu.

O Benfica mantinha mais de 60% de posse de bola e o Tondela pouco fazia pelo jogo. Até aos 82’. Só aí a equipa beirã se desposicionou verdadeiramente e o Benfica “matou” o jogo numa transição.

O golo foi de Lukebakio – uma estreia a marcar – e a outra estreia foi de Ríos. O médio estreou-se em grandes momentos, já que terá sido este o primeiro grande momento do jogador, com condução, dois dribles e uma boa assistência. Pavlidis ainda fechou o placard com uma boa finalização aos 90+5′.

Related Articles

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Back to top button