Viram-se gregos com a águia que voou com as duas asas…

Três penáltis – dois do VAR e um do árbitro – deram corpo à goleada do Benfica sobre o Arouca, num dia em que o clube de Cosme Damião mostrou ao mundo a matéria de que é feito. Foi um triunfo sem sobressaltos, construído cedo, que apenas teve um soluço, já com 2-0, quando Sudakov fez um passe açucarado a Gozálvez, que por pouco falhou a baliza à guarda de Trubin.
O golo de Otamendi, já no lavar dos cestos da primeira parte acabou com as dúvidas quanto ao vencedor, e numa segunda parte essencialmente de gestão, com algumas boas saídas em ataque rápido, a ‘manita’ acabou por aparecer. Obviamente que o triunfo do Benfica não merece discussão, mas a expressão final do ‘placard’ representou um castigo demasiado pesado para um Arouca que quis jogar futebol; mas a diferença de cilindrada entre as equipas acabou por falar mais alto…
Há muitos anos houve uma polémica com a seleção do Brasil, porque os ‘canarinhos’ não tinham extremo-esquerdo e, dizia a ‘torcida’, jogavam feridos de asa. Continuando no campo da ornitologia, e passando do canário para a águia, José Mourinho decidiu dar asas ao ataque da sua equipa, colocou Lukebakio (está a 30 por cento do que pode e sabe) na direita e Prestianni na esquerda, e o jovem argentino agradeceu-lhe a autorização para jogar o Mundial de sub-20 com uma exibição de encher o olho, vibrante, alegre, sem medo para ir para cima dos adversário, tornando-se, enfim, o parceiro certo para Dahl, que não tem a vocação atacante de um Grimaldo ou de um Carreras.
Equilibrada a equipa nas alas, houve outra ‘novidade’ na atitude apresentada pelo meio-campo do Benfica, menos tímido na hora de fazer pequenas faltas táticas, que lhe permitiram raramente desposicionar-se do ponto de vista defensivo. Estivesse Sudakov com outro acerto, e Ríos com maior continuidade no seu futebol, e a exibição do Benfica podia ter subido uns furos. Mas Roma e Pavia não se fizeram num dia e as duplas das alas Aursnes/Lukebakio e Dahl/Prestianni podem pegar de estaca, até porque o norueguês tem a disciplina tática que falta a Dedic.
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Sorriso de José Mourinho – Foto: Kapta+
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Celebrações do Benfica – Foto: Kapta+
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Festejos de Ivanovic – Foto: Kapta+
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Ivanovic marcou de penálti – Foto: Kapta+
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Ivan Lima entrou aos 77′ – Foto: Kapta+
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João Rego entrou – Foto: Kapta+
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José Mourinho no banco – Foto: Kapta+
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Festejos do Benfica – Foto: Kapta+
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Prestianni e o hat trick de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Festejo de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Festejos do Benfica – Foto: Kapta+
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Celebração de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Hat trick de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Festejos de Otamendi – Foto: Kapta+
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Golo de Otamendi – Foto: Kapta+
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David Simão, capitão do Arouca – Foto: Kapta+
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Otamendi desperdiçou – Foto: Kapta+
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Trubin e Enzo – Foto: Kapta+
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Adeptos a apoiar o Benfica – Foto: Kapta+
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Pavlidis quase fez o hat trick – Foto: Kapta+
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Adeptos do Benfica – Foto: Kapta+
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Prestianni no chão – Foto: Kapta+
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Pavlidis com o guarda-redes – Foto: Kapta+
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Festejos do Benfica – Foto: Kapta+
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Pavlidis a ir buscar a bola – Foto: Kapta+
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Bis de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Árbitro assinala novo penálti – Foto: Kapta+
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Festejos de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Celebração de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Golo de Pavlidis – Foto: Kapta+
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Penálti de Pavlidis – Foto: Kapta+
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José Mourinho a pedir penálti – Foto: Kapta+
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Pediu-se penálti na Luz – Foto: Kapta+
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Hélder Carvalho, árbitro – Foto: Kapta+
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Trubin na baliza – Foto: Kapta+
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Prestianni titular – Foto: Kapta+
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Vasco Seabra no banco – Foto: Kapta+
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Onze inicial do Benfica – Foto: Kapta+
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José Mourinho a chegar ao banco – Foto: Kapta+
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Adeptos na Luz – Foto: Kapta+
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Adeptos do Benfica – Foto: Kapta+
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Rui Costa e companhia na tribuna – Foto: Kapta+
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Adeptos no Benfica na Luz – Foto: Kapta+
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Lukebakio no aquecimento – Foto: Kapta+
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Aquecimento do Benfica – Foto: Kapta+
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Mas falar deste jogo e não referir Pavlidis, seria pecado de lesa-majestade. O grego marcou três golos, dois dos onze metros, e provavelmente será disso que a maioria dos adeptos se lembrará. Mas o trabalho defensivo realizado pelo antigo jogador do AZ Alkmaar, foi simplesmente notável e não se resumiu a tentar roubar a bola ao Arouca nas saídas curtas. Foi possível ver Pavlidis a sofrer uma falta junto à linha de fundo de Trubin, quando acompanhou um adversário que tinha quebrado linhas aos encarnados.
Esta é uma discussão com barbas no nosso futebol: perante a diferença abissal de meios à disposição dos treinadores, o que devem fazer os ditos pequenos quando defrontam os ditos grandes? Defender com toda a gente, num hercúleo 5x4x1, ou tentar surpreender o adversário com um futebol que procure espaços entre linhas? Vasco Seabra tem optado pela segunda via, e não serão estes 5-0 que irão fazê-lo mudar de ideias, porque ao longo da carreira tem um percurso frente ao Benfica muito conseguido. Porém, na noite eleitoral, a equipa de Mourinho esteve muito coesa a defender (exceção feita aos casos já assinalados), o que impediu que a estratégia arouquense, que noutras alturas (na época passada, por exemplo) deu frutos, funcionasse.
Há, pois, dedo de Mourinho nos aspetos referidos, da largura do ataque e da agressividade. Mas o produto do que tem trabalhado (pese embora estes 5-0) ainda está longe do que pode ser o ‘seu’ Benfica, pela simples razão de que há jogadores, entre os encarnados, que estão fora de forma (provavelmente caminham ao encontro do seu melhor…). Quando se juntar o que Mourinho quer com mais alguma coisa que alguns jogadores tenham para dar, esta equipa do Benfica começará a tomar a forma de um conjunto a ter muito em conta.
Um dos aspetos a melhorar no Benfica (para lá do jogo timorato de Sudakov e da irregularidade de Ríos, a que se juntou a ânsia de dar nas vistas de João Rego e Lukebakio – este desejoso de faturar, logo egoísta) tem precisamente a ver com a qualidade e o tempo do último passe, em ataques rápidos que começaram com muita qualidade, e acabaram desperdiçados.
Mesmo assim, Pavlidis e Ivanovic ainda obrigaram João Valido a duas boas defesas (58 e 88), enquanto que só por uma vez, na segunda parte, algum perigo rondou as redes de Trubin, numa iniciativa de Mansilla (86). Depois do balde de água gelada de Newcastle, este triunfo deu para o Benfica lamber as feridas, mostrando ao mesmo tempo ser um projeto interessante em construção, mas longe ainda de estar concluído.




