Hugo não estudou cobranças de Gabigol: ‘Se tem alguém que já pegou pênalti dele em treino sou eu’

Goleiro do Corinthians relembra tempos de Flamengo ao explicar porque preferiu ‘nem olhar os pênaltis’ do atacante cruzeirense, de quem foi companheiro no clube rubro-negro
14 dez
2025
– 22h16
(atualizado às 22h16)
Herói da classificação do Corinthians à final da Copa do Brasil, Hugo Souza defendeu duas cobranças na disputa de pênaltis da semifinal contra o Cruzeiro, neste domingo, e uma delas foi de Gabigol, ao lado de quem jogou no Flamengo. Foram tantos os treinos de penalidade em duelo com o atacante no Ninho do Urubu que o goleiro corintiano preferiu não estudar as cobranças do ex-companheiro.
“Nos meus estudos de pênaltis, preferi nem olhar os pênaltis do Gabriel. É um cara que conheço há muitos anos, treinamos juntos desde 2019. Ele chegou no Flamengo, eu já estava, e a gente sempre treinou junto. Ele deve saber disso, mas se tem um cara que já defendeu pênalti dele no treino sou eu. Por isso, preferi nem olhar os vídeo e fui no meu feeling, fui no que acreditei que fosse dar certo”, afirmou.
Hugo Souza defendeu dois pênaltis em duelo com o Cruzeiro na Neo Química Arena.
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão
“Vim com uma estratégia para defender o pênalti dele e mudei a estratégia, deu certo. É um grande jogador, um amigo que eu tenho no futebol. É uma cara que eu respeito muito, mas eu estou ali para defender minha camisa e hoje eu fui feliz. Estou feliz não só por ter defendido o dele, mas o segundo também”, concluiu.
Cheio de confiança, Hugo verbalizou aos companheiros, ao fim da derrota por 2 a 1 no tempo regulamentar, que defenderia dois pênaltis. As palavras de confiança foram reveladas por Matheus Bidu, durante passagem pela zona mista, e confirmadas pelo goleiro e grande herói da noite.
“Eu não queria que fosse dessa forma. Fizemos um bom jogo, o segundo tempo principalmente. Criamos oportunidades, colocamos bola na trave, mas Deus quis que fosse dessa forma Quando acaba o jogo, em uma conversa com o Lucas (Silvestre, filho de Dorival Júnior), nosso auxiliar, ele fala: ‘cara tem momentos que a gente precisa de você e você é um cara que aparece nesses momentos. Se for para pênalti chama a responsabilidade que isso vai dar confiança ao grupo'”, contou.
“Eu falei para ele: ‘pode deixar comigo’. Cheguei na roda quando acaba o jogo e falei: ‘rapaziada, vão lá e façam os pênaltis, que eu vou pegar dois’. Costumo dizer que isso não é soberba. Pode ser um pouco de autoconfiança, mas profetizei sobre minha própria vida. Joguei para Deus: ‘minha vontade é essa'”, concluiu.
Depois de defender o pênalti de Gabigol, Hugo defendeu também a cobrança de Walace, antes de Bidon converter o último pênalti corintiano e garantir a classificação à final. Antes de tudo isso, na primeira cobrança do Corinthians, Yuri Alberto parou em Cássio, ídolo alvinegro que hoje defende o Cruzeiro.
“Não tive nenhum tipo de conversa com ele. A gente só se abraçou antes dos pênaltis e no final. Ele me parabenizou e eu também parabenizei a ele”, disse Hugo sobre enfrentar Cássio num contexto como o desse domingo. “É um cara que eu tenho um carinho, um respeito enorme por tudo que ele conquistou com a camisa que hoje eu visto. Estou em um lugar que eternamente vai ser dele. Eu só quero construir minha história, sem me comparar a ninguém.”




