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Mourinho não queria estragar a festa ao Benfica: tudo o que disse

— Que análise faz à vitória do Benfica?

— É uma vitória que se sentiu desde o primeiro minuto. A equipa entrou forte, perante adversário que joga bem mas não conseguiu jogar. Recuperámos muitas bolas no meio-campo adversário. Eles tiveram uma perda de bola do Sudakov, numa zona de construção, mas dominámos o jogo em todas as vertentes. Os jogadores tiveram ambição, depois do primeiro quiseram fazer o segundo, depois do segundo quiseram fazer o terceiro, com três ao intervalo quiseram fazer o quarto. Acho que é uma vitória bem conseguida, que não faz estar a festejar nada mais do que um bom jogo e 3 pontos.

— Qual a razão da aposta em Prestianni? E como avalia o desempenho dele?

— Há alas que nunca perdem a bola, são os alas que não atacam adversários, são os alas que não procuram situações de desequilíbrio. Obviamente que um jogador como ele perde bolas, mas também é um jogador que cria muitos problemas aos adversários e que dá grande instabilidade à organização defensiva do adversário. Sei que a personalidade dele é de arriscar, de não ter grande responsabilidade, é um bocadinho irresponsável no bom sentido, arrisca, não tem medo. Depois da derrota de terça-feira, achei que precisava também de um jogador deste tipo, que pudesse também ter este tipo de qualidade. Mundial de sub-20 funcionou bem, jogou, veio com ritmo de jogo, veio com níveis de confiança altos. Do ponto de vista físico é um jogador que dificilmente dura 90 minutos pela maneira como joga, mas acho que fez jogo perfeitinho. Estou contente com o desempenho dele.

— Enquanto sócio do Benfica, como é que descreve o dia eleitoral? Preferia que terminasse já ou é indiferente haver segunda volta?

— Nem prefiro, nem deixo de preferir, e mesmo que preferisse não podia alterar coisa alguma. É um dia verdadeiramente fantástico, é um recorde do mundo, mas é um recorde do mundo por goleada, que demonstra todas as qualidades sociais deste clube. Acho que os benfiquistas estão de parabéns, acho que os candidatos também estão de parabéns, acabaram por ser eles a criar este estado de benfiquismo, com uma corrida massiva ao voto. É de facto uma situação fantástica, o estádio estava bom, sentia-se que o estádio estava bom desde o princípio. Demos uma ajuda à equipa B, que é uma equipa de meninos, que joga num campeonato de homens contra homens experientes, ao metermos lá quatro dos nossos jovens jogadores e foi uma vitória importante para eles, depois éramos nós os últimos, também em dia de aniversário do estádio, e éramos nós os últimos a estragar a festa, e falámos disso no balneário. Além dos três pontos de que precisávamos para a classificação e depois da derrota da passada terça-feira, tínhamos essa responsabilidade de acabar um dia perfeito e de não estragar a festa. Felizmente o resultado é bom, agora veremos se amanhã de manhã [hoje] temos fumo branco ou se temos de esperar mais 15 dias.

— Depois deste jogo acredita que tem molde bom de jogadores?

— Senti isso e durante o jogo dei comigo a pensar: no último jogo fiz uma substituição e hoje se pudesse fazia, há jogos para tudo. No último jogo senti que qualquer alteração que fizesse não iria melhorar a equipa e uma coisa é meter o Ivan Lima na Luz a ganhar 3-0 ou 4-0 e outra coisa é meter o Ivan Lima em Newcastle a levar 3, perto de levar 4 ou 5. Se pudesse tirar 10 jogadores, tirava 10 e dava minutos a gente que estava no banco e que merece jogar, descansava gente que merece descansar.  Apertámos muito com eles, recuperámos bola, tivemos bola, jogámos sempre no meio campo adversário, e como eu disse aos jogadores ao intervalo, via os jogadores felizes de estar em campo. O Ivan costuma dizer que quer ser o segundo melhor jogador do bairro da Jamaica, que o primeiro é o Rafael Leão. Acho que é um dia bonito para o Lima, joga no Estádio da Luz, 60 mil pessoas, é um dia bonito.

— Que irá fazer quando sair da Luz e como fica o seu futuro se Rui Costa perder eleições?

— Vou trabalhar agora, vou trabalhar com o staff, temos este jogo para analisar, temos o Tondela para analisar, não conheço nada do Tondela, honestamente. Amanhã temos treino e queremos estar preparados para podermos treinar. Em relação às eleições, mantive-me focado no meu trabalho até hoje e é aquilo que eu vou fazer sempre, esperando, obviamente, agora ou daqui a 15 dias, saber quem é o presidente, quem fica para os próximos 4 anos.

— O que poderia da Tomás Araújo ao jogo que António Silva não pudesse dar? E viu a equipa a morder mais?

— Sem dúvida, pressionámos mais, pressionámos alto, recuperámos muita bola alta, não demos iniciativa ao adversário, controlámos praticamente todas as primeiras bolas e as segundas bolas depois no meio-campo. Gostei, honestamente gostei. Temos três centrais top, dois jovens, o Tomás e o António, e o Nico [Otamendi]. Depois temos o 4.º, o 5.º, o 6.º, o 7.º, jovens de grande qualidade. Fizemos o 8.º jogo, nos outros 7 jogos o António jogou sete vezes 90 minutos, e o Tomás jogou 2 jogos de 90. Para jogadores desta qualidade, não posso fazer isto. Apesar de serem já grandes jogadores, precisam de jogar, precisam de minutos, de confiança.

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