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Jogo entre Angola e a Argentina é esta sexta-feira e as críticas continuam

Esta sexta-feira, Angola recebe a Argentina num jogo que divide o país. Enquanto o governo lembra o prestígio de acolher a campeã mundial, os activistas denunciam os custos financeiros do encontro, num contexto de fome e miséria. 

Publicado a: 14/11/2025 – 15:49

2 min Tempo de leitura

O jogo amigável entre Angola e a Argentina é esta sexta-feira. O Governo vê o encontro como uma vitrina de prestígio, mas a realidade de miséria gera indignação. A activista Laura Macedo critica as prioridades.

“Treze milhões de dólares vão ser gastos na reestruturação do estádio, enquanto o sistema social desaba. Nós temos um povo cada vez mais miserável. Temos cerca de quatro milhões de crianças fora do sistema de ensino. Temos escolas a céu aberto e debaixo de árvores, assinaladas com o número, com tudo direitinho. Um relatório do ministério da Educação diz-nos que são 13.000 escolas nestas condições”, afirmou em entrevista à RFI.  

Laura Macedo aponta que o jogo não gera emprego nem alimentação, apenas beneficia empresários ligados ao poder: “O Presidente da República é convidado para ir ao Brasil para se falar do combate à fome global e ele o que nos traz é o jogo da Argentina. Quer dizer que a gente come com os olhos. Futebol não é alimentação. Futebol não dá emprego.”

Os activistas apelam para que o espectáculo se transforme num protesto silencioso.

Oiça aqui a reportagem de Lígia Anjos.

Por outro lado, há relatos de que há activistas a serem detidos para conter protestos. O activista Geraldo Dala revelou que alguns jovens do movimento cívico foram detidos pela polícia com a alegação de que estariam a preparar uma manifestação nas imediações do estádio.

Oiça aqui a reportagem de Francisco Paulo.

Trabalho de Francisco Paulo

O Comando Provincial da Polícia Angolana, em Luanda, garantiu estarem criadas as condições para assegurar o particular de futebol, enquadrado nas celebrações dos 50 anos da independência dos angolanos.

“Temos mobilizados mais de três mil efectivos e queremos garantir que temos todos os dispositivos preparados para o asseguramento deste jogo. Neste momento, não temos ameaças, mas também estamos preparados para contrapor qualquer tipo de ameaça que surgir”, garantiu o comissário-chefe Mateus Francisco Gonçalves, em conferência de imprensa.

O treinador argentino Leonel Scaloni disse, à chegada a Luanda, que a selecção tem “alguns bons jogadores” e “que o futebol não é fácil”, acrescentando que espera “que as pessoas gostem” porque “este jogo também é importante para a Angola, por causa das celebrações do Dia da Independência”.

O selecionador angolano Patrice Beaumelle declarou que os jogadores estão preparados: “Temos de lutar, temos de mostrar que Angola tem um futebol muito bonito, com a bola, sem a bola.

O jogo começa às 17h locais, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda.

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