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A falta de respeito de Roberto Martínez

Portugal vai, muito provavelmente, garantir hoje o apuramento para o Mundial 2026, o último de Cristiano Ronaldo. A exibição e o resultado da passada quinta-feira na Irlanda tiraram algum entusiasmo a este momento, mas a Arménia parece o adversário perfeito para fechar esta fase de qualificação e deixar as dúvidas para depois.

Quem for hoje ao Estádio do Dragão não poderá ver Ronaldo, expulso na última partida e por isso dispensado. Será, certamente, um enorme fator de desmotivação para os muitos adeptos que vibram mais com o astro português do que com a Seleção. Por eles, e pelo peso inegável de Cristiano nesta equipa, a pergunta foi feita a Roberto Martínez, na conferência de imprensa de antevisão: o capitão vai ou não assistir ao jogo? O selecionador encontrou bons argumentos na resposta: o foco está em jogar e ganhar, por isso quem não participa nisso vai embora. Mas acusou também os jornalistas de «falta de respeito» por questionarem isto.

No entanto, a falta de respeito, na minha opinião, já vem de trás. Na atitude de CR7 no jogo de Dublin – uma cotovelada quando a Seleção perdia por 2-0 e precisava do capitão. Mas, mais do que isso, nas justificações de Martínez após o jogo: aconteceu por reação a provocação, ou – pior – por «paixão». Realmente já ouvimos muitas desculpas de apaixonados por agressões…

Pedro Proença irá tentar tudo para que o castigo seja de um só jogo e arrisco (?) dizer que a FIFA e os patrocinadores do evento não estarão nada interessados em arrancar um Mundial sem Cristiano. Até lá, já não será mau se o selecionador nos poupar a esta figura.

Para já, resta ganhar à Arménia, embora outros resultados possam permitir também o apuramento já hoje. Não será a primeira vez nos últimos 22 anos que a Seleção estará sem Ronaldo em campo (ou no estádio), pelo que não antecipo daí grande tragédia. Uma equipa com Diogo Costa, João Cancelo, Rúben Dias, João Neves, Bruno Fernandes, Vitinha, Trincão, Francisco Conceição, João Félix, Rafael Leão, Gonçalo Ramos, etc, será, em teoria, mais do que suficiente. Na prática, há que saber pô-los a jogar, mas essa parte às vezes parece mais difícil.

Confirmando-se a presença no Mundial, e mesmo com este rol de craques e a Liga das Nações no museu, ainda assim desconfio que nos próximos tempos já não serão tantos por cá a apontar algum favoritismo a Portugal na prova do próximo ano. Tenham cuidado, poderão ser acusados de falta de respeito…

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