Trends-CA

Atlético-Benfica. David dá a receita para derrotar Golias: “É como no Dragão: fechadinhos”

O dia 7 de janeiro de 2007 não vai sair da memória de David da Costa. Na altura com 29 anos, o ponta de lança brasileiro saltou para a ribalta ao marcar a Vítor Baía o golo que parou o país. O Atlético Clube de Portugal, já há muito afastado das lides cimeiras do futebol português e na terceira divisão, foi ao Estádio do Dragão defrontar o campeão nacional. E ganhou.

O FC Porto era eliminado na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal com um golo – peculiar, no mínimo –, de David ao minuto 59′.

Os “dragões” tentaram de tudo, ainda falharam um penálti, por Ricardo Quaresma, mas não conseguiram anular a desvantagem. David derrotava Golias, num dos melhores momentos da história do Atlético CP. Uma história que hoje tem mais uma página escrita, frente ao Benfica, no Restelo, mas que para ser escrita a letras douradas terá de ter a inspiração de David, que falou com Bola Branca.

À Renascença, o avançado brasileiro, agora com 48 anos e a viver na Madeira, garante que vai acompanhar o jogo pela televisão. E tem a receita para mais uma noite histórica dos alcantarenses: a defesa.

“A gente ia meia receosa, naquela de ir lá jogar meio fechadinhos, para ver se não levávamos uma goleada, que a verdade é essa. O treinador Toni [António Pereira] disse sempre: “Vamos jogar fechadinhos e vamos tentar pescar alguma coisa, vamos ver o que a gente consegue.” E conseguiram.

Aliás, tanto conseguiram, que David pede a mesma estratégia contra o Benfica. “Jogar fechadinhos? Sim, sim, claro. Quando jogas contra um clube como o Benfica, tens de jogar mesmo fechadinho, tentar aproveitar o máximo possível o erro do adversário e tentar ser feliz e desfrutar do momento, aproveitar”.

É essa uma das palavras de ordem de David da Costa, que viu a vida mudar num estalar de dedos, em janeiro de 2007. E o avançado brasileiro também aproveitou o momento, que até teve direito a presença num sketch dos Gato Fedorento, no programa “Diz Que É Uma Espécie de Magazine”, da RTP.

“Aquela semana foi espetacular. O golo mudou muito, teve uma grande repercussão. As pessoas já me olhavam com olhos diferentes, já conseguiam ver o que eu tinha feito no passado, começaram a procurar saber mais quem é o David e isso colocou-me noutro patamar”, conta David, que jogou nos anos seguintes – os últimos da carreira –, no Chipre, ao serviço de cinco clubes diferentes.

E tudo começou com aquele golo, que o ex-futebolista diz jamais esquecer e que, 18 anos depois, continua a descrever na perfeição. “Foi do nosso lado direito. O Porto pôs a bola na lateral, para o Ibson, e o Nuno Gaio consegue roubar-lhe a bola. Ele vai até à linha de fundo, cruza, eu até perco o tempo da bola mas consigo dar um toquezinho e dominá-la. Já no fim, eu consigo dar um segundo toque nela, mesmo antes do Vítor Baía, que achava que ia conseguir tocar na bola. E quando eu olho, vejo o pessoal todo com as mãos na cabeça, e só disse: ‘Foi golo'”, lembra o antigo jogador do Atlético a Bola Branca.

Nunca mais voltou a falar com Vítor Baía, que nem no final desse jogo lhe dirigiu a palavra. “Não falámos. Eles estavam de cabeça baixa por terem saído da Taça, tinham sido eliminados por um clube da Segunda Divisão B”. Hoje, o Atlético está no mesmo escalão – o terceiro, mas com outro nome –, e pela frente não há FC Porto, mas sim o Benfica. E se desta vez não há um David da Costa para derrotar Golias, há um David Silva, que pode dar trabalho não a Baía, mas a Trubin ou Samuel Soares. O Atlético-Benfica tem relato em rr.pt e na aplicação móvel da Renascença.

Related Articles

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Back to top button