‘Dono da bola’, Neymar chama responsabilidade, faz hat-trick e se emociona

“Olê, olê, olê, olá, Neymar, Neymar”. O canto ecoou por duas vezes no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, servindo como trilha sonora para uma atuação que misturou sacrifício e alívio do atacante, que não segurou a emoção no fim da partida.
Na noite desta quarta-feira, longe de estar 100% fisicamente, o craque foi fundamental na luta do Santos contra o rebaixamento, anotando um hat-trick que garantiu a vitória necessária sobre o Juventude.
Virada de chave para ser ‘dono da bola’
A partida não foi um “desfile” do jogador desde o início. Neymar fez um primeiro tempo frio, sintonizado na mesma rotação baixa do restante da equipe. A pouca mobilidade, fruto de uma lesão no joelho que ainda limita suas ações, ficou evidente.
A irritação tomou o lugar da criatividade na etapa inicial: na saída para o intervalo, o camisa 10 discutiu com o zagueiro Rodrigo Sam e, ao passar pelo quarto árbitro, fez questão de apontar um ferimento na perna esquerda, por baixo do meião, atribuindo o golpe ao defensor adversário.
A mudança de postura na segunda etapa mudou a história do jogo. Percebendo a limitação física, Neymar ajustou seu posicionamento, jogando mais próximo da área e diminuindo a necessidade de grandes deslocamentos.
A estrela brilhou e a eficiência foi brutal: o jogador finalizou cinco vezes ao gol e balançou as redes em três delas, um aproveitamento de 60% dos chutes.
O repertório foi vasto. No primeiro gol, a jogada começou com Barreal pela direita, passou pela inteligência de Neymar ao servir Guilherme e terminou com o próprio camisa 10 completando o cruzamento de frente para a meta. O momento ainda teve uma dose de drama, com o craque visivelmente ansioso acompanhando a revisão do VAR sobre a posição de Igor Vinicius na origem do lance.
Pouco depois, foi a vez de Igor Vinicius arrancar da defesa e servir Neymar dentro da área, que bateu com categoria na saída de Jandrei para fazer o segundo.
O terceiro gol veio da marca da cal, após Wilton Pereira Sampaio assinalar pênalti de Rodrigo Sam em Lautaro Díaz. Com a frieza habitual, Neymar deslocou Jandrei para a esquerda e bateu no canto direito.
Aplausos e olhos marejados
Já aos 35 minutos, o desgaste cobrou seu preço. Caminhando com dificuldade, ele sinalizou para o técnico Vojvoda que precisava sair.
Antes da substituição, aos 37, ainda teve tempo para mais uma discussão, desta vez com Luis Mandaca, provando que a competitividade continuava alta.
Ao deixar o campo, foi recepcionado com aplausos e vibrou muito com os companheiros no banco, ciente de que, mesmo limitado, foi decisivo.
Após o apito final, foi aplaudido pela torcida e levou a bola do jogo de presente para casa — com direito a olhos marejados. Foi noite de Neymar.
Sempre fui o Neymar em todos os jogos, independentemente de qualquer coisa. Às vezes, as coisas não acontecem como a gente quer, pelo momento da equipe, por estar voltando de lesão. Mas nunca deixei de lutar. Jogar bola eu sei que eu sei, então busco demonstrar sempre o meu máximo.
Neymar, ao Prime Video




