O gol que confirmou — na calculadora e no campo — o título do Flamengo no Brasileirão 2025 foi da contratação mais cara da história do clube.
Veio muito a calhar para Samuel Lino a finalização meio chorada no Maracanã, que assegurou ao rubro-negro a nona conquista da competição.
A comemoração foi para uma pessoa especial. Eu estava tentando muito, o time deles fechado. Eu entendo a torcida, mas tentei, mostrei e saiu o gol. Mostra o quanto sou resiliente, luto, batalho, não só nesse jogo, mas em toda a minha carreira
Samuel Lino, à TV Globo
Para quem carrega o peso dos R$ 195 milhões investidos pelo Fla para trazê-lo do Atlético de Madri na última janela — considerando direitos econômicos, luvas e intermediação —, é um recado de que 2026 pode ser bem mais produtivo.
Samuel Lino viveu um período complicado nos últimos meses. Embora os primeiros jogos tenham sido animadores, com direito a convocação para a seleção —Ancelotti o observava já da Europa —, os gols pelo Flamengo foram raridade.
A realidade foi de queda de desempenho e, consequentemente, confiança. Na Copa do Brasil, foi um dos que perderam pênalti na eliminação diante do Atlético-MG, ainda nas oitavas de final.
Tanto que chegou a perder a posição para Cebolinha em alguns jogos da reta final do Brasileirão.
No Flamengo, isso gera um alerta porque ano passado Carlos Alcaraz não aguentou o peso de ser a contratação mais cara na ocasião. Foi emprestado ao Everton e nunca mais voltou.
O técnico não o abandonou
Mas Filipe Luís não soltou a mão de Lino. Até por isso o escalou como titular na final da Libertadores e também hoje, contra o Ceará.
Embora o desfecho tenha sido positivo para o Fla e Lino no Maracanã, o jogo não foi só de maravilhas para ele.
No primeiro tempo, especialmente, ele errou algumas jogadas pela esquerda. Tentava ganhar na velocidade ou no drible dos marcadores, não conseguia.
Pelas decisões equivocadas, a torcida passou a resmungar quando ele tocava na bola.
Até que aos 36 minutos do primeiro tempo veio o passe de Carrascal para ele na área. A finalização foi chorada para o fundo das redes.
Lino soma agora 29 jogos pelo Flamengo, 21 na campanha do Brasileirão. Tem quatro gols e cinco assistências.
Antes do Ceará, ele tinha balançado as redes contra o São Paulo, na virada momentânea que se transformou em um empate amargo após a expulsão de Plata.
O outro jogo mais brilhante fora o 8 a 0 sobre o Vitória, quando fez dois gols e deu três assistências. Aquele, sim, foi para recordar.
Contra o Ceará, ele saiu aos 17 minutos do segundo tempo, com o merecido aplauso.
O desafio de Lino agora é fazer com que esses momentos sejam mais frequentes no que ainda resta de 2025 e já a partir de janeiro, quando começa o Brasileirão do ano que vem.
