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Atlântico Sul reforça laços em Cabo Verde

Os países do Atlântico Sul vão reforçar o diálogo técnico em segurança marítima e preparar uma reunião ministerial, em 2026, no Brasil, anunciou esta quinta-feira a ministra da Defesa do arquipélago, Janine Lélis.

Uma reunião de dois dias, que começou esta quinta-feira, na Praia, Cabo Verde, visa “gerar contributos para a futura declaração do Rio de Janeiro e o seu plano de ação, que serão adotados na 9.ª reunião ministerial, a ser realizado em 2026, no Brasil”, referiu.

A governante falava na abertura de um fórum de cooperação técnica da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), reunindo especialistas nacionais e internacionais, representantes de instituições governamentais, organizações multilaterais, academia, defesa e segurança.

“De braços dados estamos a capacitar para proteger e afirmar o Atlântico Sul como um espaço que rejeita confrontos e privilegia soluções pacíficas”, apontou.

A cooperação abrange vigilância, interoperabilidade e resposta coordenada a ameaças no Atlântico Sul, segurança pública e combate ao crime marítimo, incluindo pesca ilegal, tráfico de droga e de pessoas, bem como estudos e investigação oceanográfica, para reforçar o conhecimento científico e as capacidades técnicas dos países da Zopacas.

Da reunião deverá ainda resultar um mapeamento regional de capacidades e necessidades técnicas, facilitando a mobilização de apoios e recursos, a consolidação de redes de cooperação científica entre os países membros e compromissos para projetos conjuntos, nomeadamente em matéria de estudos oceanográficos, mapeamento da plataforma continental e ordenamento do espaço marinho.

Janine Lélis considerou que a Zopacas “continua a ser uma plataforma indispensável para reforçar a segurança cooperativa, a confiança mútua e a estabilidade estratégica no Atlântico Sul”.

“Num contexto internacional marcado por novas ameaças transnacionais — desde o crime organizado marítimo até às vulnerabilidades energéticas e ambientais — torna-se imperativo consolidar capacidades nacionais e conjuntas que permitam respostas eficazes e coordenadas”, afirmou.

Neste sentido, sublinhou que é através da partilha de conhecimentos, da aprendizagem mútua, da capacitação e do fortalecimento institucional que estes países conseguirão reforçar as suas capacidades, acelerar o desenvolvimento sustentável e garantir que ninguém fique para trás na construção de soluções para os desafios comuns.

O secretário de Estado dos Assuntos Multilaterais e Políticos do Brasil, Carlos Márcio Cozendey, afirmou que, no caminho para a reunião ministerial de 2026, o objetivo é “aumentar a densidade da cooperação dentro da zona”.

“Para o Brasil, o Atlântico Sul é um espaço estratégico. Conecta-nos ao continente africano, aos nossos vizinhos sul-americanos e também à Antártida. É um ambiente rico em biodiversidade que devemos proteger coletivamente, um corredor para o intercâmbio comercial, cultural e científico e uma plataforma para a compreensão e oportunidade mútuas”, apontou.

A Zopacas é composta por 24 países: Argentina, Brasil e Uruguai, na América do Sul, e os restantes em África, incluindo os lusófonos Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

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