Morreu Clara Pinto Correia. Escritora foi encontrada morta em casa

A escritora Clara Pinto Correia foi encontrada morta, na sua residência em Estremoz, nesta terça-feira de manhã, confirmou fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) ao PÚBLICO. A investigadora tinha 65 anos. Ainda não foram confirmadas as causas da morte.
O Presidente da República já apresentou condolências à família, amigos e admiradores da mulher que também foi bióloga e cronista. “Clara Pinto Correia juntava à alegria de viver, uma inteligência e um brilho que se expressaram na intervenção oral e escrita, no magistério científico e na comunicação com os outros. Não deixou nunca ninguém indiferente. Daí o sentido de ausência por todos partilhado neste momento”, lê-se na nota.
Escritora, bióloga e professora universitária, destacou-se tanto ao nível das ciências, como da literatura, tendo ainda sido cronista e jornalista, nomeadamente no extinto semanário O Jornal, e até actriz, no filme Kiss me (2004), de António da Cunha Telles. Tem mais de cinco dezenas de títulos publicados, lista da qual se destaca o romance Adeus, Princesa, publicado quando tinha 25 anos, que depois foi adaptado ao pequeno e grande ecrã.
Na ficção, escreveu também: Ponto Pé de Flor e Mais que Perfeito. Na literatura infantil é autora de Quem Tem Medo Compra um Cão, A Minha Alma Está Parva e A Ilha dos Pássaros Doidos. Escreveu ainda, no campo da divulgação científica, Histórias Naturais, Os Bebés-Proveta, Clonai e Multiplicai-vos e O Ovário de Eva.
Clara Pinto Correia, em 1998
MIGUEL MADEIRA/arquivo
Licenciou-se em Biologia pela Universidade de Lisboa, doutorou-se pela Universidade do Porto, e prosseguiu uma carreira universitária e de investigação no domínio da Embriologia no Instituto Gulbenkian de Ciência e nos Estados Unidos, na Universidade de Harvard.
Clara Pinto Correia, que chegou a apresentar programas de televisão e foi uma figura popular no fim do século passado, tinha-se afastado dos holofotes nos últimos anos. Numa entrevista à Sábado em Janeiro deste ano, assumiu ter passado por um período conturbado, depois de ter ficado sem emprego e ter sido despejada da casa onde viveu durante 30 anos.
Em 2003, a escritora foi afastada da revista Visão depois de ter sido acusada de plagiar duas crónicas, ou seja, de ter copiado dois artigos (um quase integralmente) que tinham sido publicados na revista norte-americana The New Yorker.




